Hoje milhares de mulheres se encontram em um lugar de dor, o que Iza está passando e que Ingrid viveu, nos conecta em um lugar de dor comum, nossos gatilhos foram alarmados, somos mulheres diversas com trajetórias diferentes, mas se existe um lugar que nos une como mulheres "manas" mesmo é esse, essa dor na alma que nos leva do céu as sombras mais frias e solitárias dos nossos corpos e ancestralidade.
Até quando? Quem aqui conhece uma mulher que NUNCA foi traída? Que nunca foi violada exatamente por ser e ter um corpo de mulher?
Até quando a sociedade e os homens terão liberdade e passibilidade para nos ferir e ainda sem nenhuma auto responsabilidade, empatia e caráter, simplesmente escapa com frases como:
"Estava em um momento delicado.
Não foi bem assim.
Eu errei, mas você fez isso, aquilo, aquilo outro.
Você é louca, você me deixa louco."
E mais uma vez a mulher é revitimizada porque a palavra de um sem caráter vale mais que a dor da traição e da carne, e mais uma vez ele sai de coitado e com apoio de mídia, amigos, família e com outra mulher do lado como troféu de bom moço, mas que em breve essa mesma mulher que ainda não entendeu nada será a próxima a ser ferida e reviver toda essa dor, isso é o que o sistema machista e patriarcal faz com nós mulheres, um ciclo de dor e desesperança.
Será que somente ter FÉ será o necessário para mudar essa história?
Até quando?
Por enquanto Iza e Ingrid recebam toda a luz, amor e acolhimento que nós mulheres estamos enviando.
Porque disso a gente entende.
Adriana Caeiro
Psicanalista | Terapeuta Integrativa | Escritora
Comentarios