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Quando bate a exaustão, pare!


Acabei de sair de uma sessão terapêutica, e minha terapeuta me disse:

-Escreva, escreva qualquer coisa, você precisa esvaziar, precisa abrir espaço para voltar a criar.

O Livro Parece amor mas é abuso é fruto dessa escrita de dor e cura, e hoje eu me permitirei desaguar por aqui.

Sim, estou em crise existencial, estou perdida nas minhas próprias dores e pensamentos, exausta de verdade, quem me acompanha na rede social tem visto eu postando que estou exausta e agora eu me permiti olhar para essa exaustão.

Tem sido um caminho solitário, frio e sombrio como qualquer processo de mudança, de reconhecimento de si, dói sim, mas eu sei, meu ser sabe que tem um lindo arco íris no final dessa jornada, e o que me resta? Me acolher, me aceitar e ser estupidamente sincera comigo.

Reconhecer nossas sombras, nossas escolhas ou não escolhas é um ato de Coragem e humildade, será que conseguimos? Afinal, conhecemos de verdade o que é coragem e humildade? Não sei a resposta, estou na jornada, quando terminar talvez possa responder, porque hoje a minha criança interior, a menina Adriana está com medo e confusa, ela está gritando em um corpo de adulto e eu só posso neste momento acolher e dizer: Está tudo bem não estar tudo bem.

Eu tirei essa foto ontem, quem vê cara não vê alma.

Estava escutando a música da Miley Cyrus – My flowers que virou um hino de superação feminina após um relacionamento disfuncional, me chamou atenção esse trecho:


“Eu posso comprar flores para mim mesma Escrever meu nome na areia Conversar comigo mesma por horas, sim Dizer coisas que você não entende Eu posso me levar para dançar, sim Eu posso segurar minha própria mão Sim, eu posso me amar melhor do que você pode”


Sim, eu posso e você pode também, mas a questão é!? Ninguém nos ensina isso, a vida inteira fomos ensinadas a receber flores ou até mesmo dá-las para nos sentirmos amadas e importantes para os outros, será que comprar as nossas próprias flores é o que precisamos para sermos felizes e nos sentirmos seguras, amparadas, amadas?

Eu saí da casa dos meus pais para um casamento, me divorciei comprei as minhas próprias flores, fui dançar e quer saber? Isso não foi o suficiente porque não é sobre o que você faz e sim como e para que você faz.

Lembram da criança? Ela estava comprando flores, dançando achando que isso era o suficiente, e não foi, não é, e nunca será. Nada vai tirar a dor de não saber quem você é, de olhar para você e se sentir essa criança, se você não tomar o caminho para dentro para depois sair sabendo quem você é quando está comprando suas flores.

Neste momento eu estou segurando a minha própria mão com todas as incertezas que eu posso carregar, mas eu desejo para mim e para todas nós sabermos quem somos, como somos e para que somos.

Vai ficar tudo bem, é só um texto sobre a vida, meus ciclos e quem sabe para quem chegou até aqui, eu não estou sozinha e você também não, olhe para frente e visualize o seu arco íris.

Quando não puder mais se carregar peça ajuda profissional, mesmo eu sendo terapeuta, antes de tudo sou humana e devo evoluir assim como quem me procura, não sou perfeita e nem forte o tempo inteiro, profissional da área de saúde mental deve e pode pedir ajuda e você também.

Minha terapeuta me disse: E quando você machucar alguém com suas dores, você ira se perdoar?

Não, não vou e é por isso que resolvi enfrentar essa jornada até o meu arco íris.

Adriana Caeiro

Escritora e Terapeuta Integrativa.


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